21
Dez/09

BOAS FESTAS E FELIZ ANO NOVO

UM BOM NATAL E UM ANO DE 2010 CHEIO DE COISAS BOAS

07
Fev/09

ONDE PODE VER IGUALMENTE OS MEUS TRABALHOS

MEUS CAROS AMIGOS, A PARTIR DESTA SEMANA OS MEUS TRABALHOS PODERÃO TAMBÉM SER VISTOS NO SITE:

www.myartdeal.com

ALÉM DOS ACRÍLICOS, ÓLEOS, TECNICAS MISTAS TENHO TAMBÉM ALGUMAS COLAGENS.

Com o desejo que passem um bom carnaval, aqui fica um até breve

APRECIEM ARTE, ENRIQUEÇA A SUA CASA COM O COLORIDO QUE A SUA MENTE NECESSITA PARA UMA MELHOR DISPOSIÇÃO

03
Nov/08

EXPOSIÇÃO EM ALFENA - ERMESINDE

MEUS AMIGOS, ATÉ 5 DE DEZEMBRO ESTÃO CONVIDADOS A VISITAR A MINHA EXPOSIÇÃO DE PINTURA NO "CENTRO CULTURAL DE ALFENA - ERMESINDE - VALONGO" DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA DAS 9 ÀS 17,30 COM INTERVALO PARA ALMOÇO DAS 12.30 ÀS 14.00 HORAS. aGRADEÇO ANTECIPADAMENTE A VOSSA VISITA.

18
Mai/08

Visitem o site

 http://www.saatchi-gallery.co.uk/yourgallery/ ou directamente

http://www.saatchi-gallery.co.uk/yourgallery/artist/details.php?id=89006

10
Fev/08

Brincadeiras

O meu Guestbook foi invadido por publicidade a medicamentos e congêneres... vai-me levar algum tempo a apagá-los...

28
Nov/07

Deixe o seu Link para reciprocamente figurarem nos nossos sites

Para maior e melhor divulgação dos nossos Sites, deixem ficar os vossos links que os publicarei no meu site. Decerto que conto com a vossa reciprocidade

24
Mai/07

Quero continuar a sonhar

No Mar sem água ao vento de espuma
Em levante, no rebentar das ondas
Amantes, foi há muito, recordo

Semeei em ti o amor que conservo
Prendi-me, solto, nas amarras do teu coração
Turbilhão, sem pontos cardeais, perdido
Teus lábios afago em adoração constante

Em silêncio, ingênuamente, à beira mar
Maré vazia, areal distante, te cantei o amor
Nua, no meio do nada, ergueste teus seios

Sobre terra húmida caminhaste a sorrir
Sombra irreal de contornos definidos
Quero continuar a sonhar,quero não mais acordar...

24
Mai/07

Aquele vaso

Sinto o silêncio vaguear por mim
À procura de algo que me falta
Aquele vaso de flores silvestres, secou
Com a água foi-se a beleza e o cheiro

Mas naquele inverno choveu vida
Malmequeres ou bemmequeres multiplicaram-se
Ânsia que me venhas buscar, sabes onde?
Juntos construiremos campos de flores

Sementes que germinam quentes de amor
Água que jorra dos poros de carinho
Criando uma vida a dois, embrião que cresce

Em talos, estáticos, rebentam folhas, flores
Abelhas inquietas semeias seu polen bem longe
De quantas flores lindas nascerem
De quanto amor haverá para dar...

 

24
Mai/07

Lágrima

Lágrima...
Sei que a choraste
Era tua...
Senti-lhe o gosto

Era doce...
Embora sofrida
Molhada de paixão

Nela vi a tua alma
Pequenina...
Pelo desgosto encolhida
Pelo medo, escondida
Medo de não me ter
De me perder?
Porquê?

Nunca de te amar deixei
Nunca a tua imagem traí
Meu toque sempre nos uniu

Mas medo tiveste...
Eu sei...
Mas não dependeu de mim

Felizes fomos...
Para além dos limites amamos
Limites? Existe isso no amor?
Não sei...
Só sei que te amei…

Mas teu medo cada vez mais
Aumentava...
Apesar de nunca ter deixado de te amar

Mas algo em mim entrou...
Corroeu-me por dentro
Nem teu amor me salvou

E a tua lágrima?
Doce...
Foi a última gota
Depositaste-a na minha face
Morto, senti-a
Húmida...
Quente...
Não secou...

Levei-a comigo
Estava escuro
Sem ar...
Mas a tua lágrima
Não secou

Conservou-se sempre em mim
Onde coube a tua alma
Teu amor e carinho
Que comigo levei

24
Mai/07

Poluição mortal

Paredes cobertas de musgo negro
Rosas púrpura sem cheiro nem vida
Fascínio que se quebrou, desalento
Inóspito mundo que para o zero caminha

Olhei para o quarto intacto da Mariana
O tempo ali tinha parado, que encanto
Paredes polícromas, fã de artistas de outrora
Chinelos postos ao sair da cama, alinhados

Ainda cheirava a uma vida que se despediu
Dos tempos em que das chuvas torrenciais
Suas águas de pureza, ainda bebíamos
Filtradas pela natureza existente

Fábricas, usinas, reciclagens, lixeiras
Libertam o que em nós se instala
Que nos vai matando aos poucos, às prestações
Suaves, sem que nada sintamos, mas eficaz...

 

24
Mai/07

Procurando por ti

Bem pertinho do nada
Depois de busca incessante
Encontrei teu carinho
Num bosque de algodão

Mais adiante, num riacho
Procurei teu reflexo colorido
Espelhado no leito estático
De águas turvas, vermelhas

No céu verde procurei teu amor
Banhado dum Sol cor-de-rosa
Que com mel adoçava o solo

Por fim desceste feliz, pendurada
Em fios de seda, brilhantes
Colhi-te verde, em minhas mãos amadureceste
 

24
Mai/07

Internet


Uma lágrima rolou-te pela face
diminuindo de tamanho, pingou
Diluiu o pó do tempo no chão
Humedeceu a esperança do ser

Outras se seguiram uma a uma
Estranho o brilho do soalho
À procura de fugir ao desespero
Vincava-te na face um leito

Gota a gota, sentiste os olhos secar
Esgotaste depósitos de amor
De costas voltadas para o mundo
Fechaste-te em concha ermética

Viveste para dentro, clausura
Concentrada numa pérola negra
Nada se via para dentro
Crescia o desaparecer de ti

Parecias um balão vazio
Amachucado, sem forma
Alma em puzlle sem peças
Bocados em cada planeta

Quem te mandou acreditar
Naquilo que lês e não vês
Do outro lado do monitor
Alguém te enganou com amor

24
Mai/07

Descoberta

Se disser o que nos meus pensamentos leio
Livre, espontâneo, como uma rosa selvagem
Com todas as reticências que me acompanham
Exporia ao mundo meus bem guardados segredos

Não sei se lícito tanto de mim dar a conhecer
Neste universo que a si próprio devora, audaz
Impiedoso, onde todos, vítimas, a sós padecem
Indiferentes ao significado da palavra “amor”

De egoísmos martelados, indestrutíveis, maus
Em cercos que se fecham, em camisas de força
Onde a liberdade já nem respirar consegue...

Mas a palavra “amor” do meu pensamento liberto
Para que no ar, expluda e polvilhe... Quem?...
Quem, ainda numa vida de felicidade acreditar..

24
Mai/07

Cara de Palhaço

O vento atirou com a porta
Estilhaçou vidros em pedaços
Tu, assustada, quase morta
Lembravas apenas um palhaço

Tinhas o nariz encarnado
Os olhos esbugalhados
Teu corpo maltratado
Completado aos retalhos

Cumprias um auto-castigo
Ninguém te obrigou a partir
Já ninguém chora contigo
Nem a dor quer repartir

Desprezaste a mão estendida
Preferiste dar-te ao ignorado
Pensando noutro modo de vida
Deitando ao lixo teu amado

Mais tarde a sombra envolveu-te
Sentiste o frio da solidão
O coração, petrificado, doeu-te
Já não mais viste minha mão

Tentaste recuar no tempo
P’ra recuperar quem te amava
Tal como acontece com o vento
Recuar? Que mais faltava

Foi quando te apercebeste
Meu Deus, foi um erro fatal
Mas nem assim te convenceste
Que o amor não é virtual

Agora sofres nas trevas
Abandonada nas horas
Deitada sobre ervas
Choras, choras, choras

24
Mai/07

Outono

Foi num Outono qualquer
Folhas amarelecidas caíam das árvores
Dançavam ao vento como loucas
Procurando onde poisar, inertes

Da minha janela, aos vidrinhos
Seguros por secas ripas de madeira
Por frinchas o frio entrava
Gelava-me os ossos, sem carne

São já décadas de Outonos
Onde tudo se repete a rigor
Sózinho no meu canto observo
Embutindo mágoa e muita dor

Foi pouco antes daquele Natal
Já perto dos anos oitenta
Que numa noite tenebrosa chocaste
E a tua vida de mim levaste

Não sei como consegui resistir
A prova é que ainda cá estou
Acompanhei-te até onde ficaste
Fiquei onde ambos  amamos

Foram lindos os Outonos de outrora
Vividos por nós, abraçados
Atrás dos pequenos vidrinhos
Que hoje me gelam a alma

Contigo seguiu o calor do amor
Que me enchia o lar e o olhar
Vazio fiquei, sem ti em mim
Nunca alguém te ocupou o lugar

Jamais poderia trair
Sonhos que vivemos acordados
Escolhi de todo ficar só
Sem me querer noutro alguém

Tua lembrança é o quotidiano
Com que aprendi a viver
E assim vou passando anos
Comigo a envelhecer

Jurei a mim próprio este ano
Não mais ver folhas esvoaçar
E p’rá meu desejo cumprir
Para junto de ti vou partir

 

24
Mai/07

Arrepios

A tua proximidade arrepia-me
Nos teus olhos vejo vontade
Sinto o odor da pele morena
Desejos de ti me descontrolam

Era assim todas as noites
Deitada esperavas por mim
Com gestos de sedução
Onde o amor fazia amor

Ritual que se repetia
Sempre com novas emoções
Cada poro do teu corpo
Suava com grande paixão

Depois de teu corpo percorrer
Num mixto de amor e carinho
As nossas peças de encaixe
Num vai-vém compassado
Chegam bem alto, ofegantes
Para no aconchego de nós
Que bela a vida em comum

Amar-te perdidamente  sem rumo
Neste universo nú e rude
Vai criar eternamente
Coesão no nosso amor
Assim faz sentido viver

24
Mai/07

Candelabro

O candelabro foi finalmente limpo
milhares de partículas de cristal
retomaram o seu brilho inicial
Cintilantes, projectaram imagens
nas paredes circundantes...

Reparei nuns olhos pairantes
desencontrados, de págem
pedaços de nariz, boca e corpo
procurando encontrar-se em formação

O vento dificultava a tarefa
bailando-te entre superfícies brancas
senti que esse alguém eras tu
Reconheci partes de ti

Afinal partiras
apenas a uma década...
Sabia que estarias no Céu
pelo percurso terrestre exemplar
em que outro lugar poderias estar?

As saudades que me deixaste
reacenderam-se de imediato
Comecei a sentir o teu calor
ardia-me por dentro a paixão

Desde que alguém te levou de mim
jamais fui capaz de amar
impossível substituir...
quem não tem substituição

E passei a viver da tua recordação
Tua presença física, teu cheiro o cor
apesar de não a agarrar
era presença constante em mim
alimentava-me a dor da partida

foste muito cedo, jovem, linda, boneca
alguém te levou para longe
deixando-me só...
sem tábua de salvação

Quem me dera ter ido contigo, tentei ainda
mas nada me garantia que fosse morar
na nuvem que te acolheu

Mas o que ficou de ti, lembrança
consegue fazer-me  sorrir
sentir-me companhia da tua recordação
tão doce que inveja o mel
convívio diário com que deixaste
tuas roupas cheiro e afago
contra o meu rosto sofrido

Não percebo porque te levaram tão cedo
Com vinte aninhos apenas
Mas sei que me amaste, feliz
foram as tuas últimas palavras

Mas os cristais continuavam a dançar
em contínuas projecções de ti...
Sabia que estavas por perto
como sempre estive de ti...

De súbito
uma rajada de vento mais forte
rasgou a janela da sala

Os cristais tilintaram sem nexo
num esvoaçar de partículas pairantes
e...
quando olho para a parede do canto
vejo a tua imagem perfeita

o sorriso sai-te dos olhos
que me chamam em silêncio.
Corro para ti, louco de alegria
cada vez estou mais perto
até já sinto teu cheiro
... quando esbarro no cimento cansado
daquela parede centenária

Caí para trás, de olhar fixo na parede
já nada restava de ti
o vento acalmou, o candelabro estacou
os cristais imobilizaram-se, inertes
os teus cadinhos evaporaram-se
numa atmosfera densa...

Quem me dera ter entrado naquela parede
para a ti me juntar...
Afinal que faço aqui sózinho?

24
Mai/07

Se

se conheces a dor
se a dor já passou por ti
se a dor já te causou desespero
se a dor já te fez chorar
se a dor já te fez querer morrer
se a dor já te fez rir de choro
se a dor já te fez cair de pé
se a dor já te doeu muito
se a dor já te abandonou
se a dor já te curou

outra dor irá surgir
outra dor irá tomar conta de ti
outra dor mais forte marcará presença
outras dores virão a seguir
outras dores colarão em ti

porquê o amor, sentimento universal
é sempre tão cruel?
é sempre tão efêmero?

quando pensas que estás bem
quando pensas que atingiste o amor
quando pensas que alguém tem o olhar em ti
quando pensas atingido teus objectivos

em segundos o tecto desaba
em segundos tudo rui
em segundos morres por dentro

maldita paixão
maldito crime que não cometeste
só porque cometeste o erro
de te entregar a alguém

24
Mai/07

Mulher-Robot

Nua de espírito, não envergonhada, cárcere
Prisão que te grilha os ossos sem carne
Numa tentativa de exclusão da alma
Pretendendo de ti total automatização

Liberdade, condição negada com sentido
Amarrotar-te até à expressão mais simples
Com comando à distância, direita, esquerda
Vontade própria que se aborta, desaparece

Surges então amorfa, vítrea, mecânica, robot
Num corpo que não sente, embora móvel
Personagem de jogos electrónicos, virtuais

Despojada,  por “chips” e cabos, substituída
Passaste a mulher “ideal”, burro de carga
Presságio dum mundo que se quer que acabe...

24
Mai/07

O céu como testemunha

Piso a terra onde estivemos deitados
Onde trocamos amor por amor
Onde fizemos nossos corpos suar
Sedentos de prazeres só nossos

Foram horas onde o relógio parou
Pensando apenas no amor que brotou
Espontâneo de impulsos  e carícias
Arco-iris, espectro de cores de amor

Foram horas que marcaram cá dentro
Sendo as estrelas, brilhantes, testemunhas
Omissas por não compreenderem o amor

A mancha dos nossos corpos no chão
Tingiram de rosa os grãos de areia
Para inveja de quem não conhece o amor
 

24
Mai/07

Quando não há amor

Os espaços permaneciam vazios
brancos, lavados, sem côr
sem alma, expressão ou dor
inócuos, insípidos, sem gosto

Não eram ocupados com vida
tudo era inerte, pesado
nem uma brisa mexia com nada
estáticos, hibernavam ao ano

Até que uma estrela se acendeu
rompeu o silêncio, deu cor
era linda, carinhosa, secular
iluminou grãos de areia casados

Não sei bem que viria a seguir
testemunha  serei? Porquê?
sobrevivi a guerras de ódios
apenas por falta de amor

Hecatombe nuclear lançou tentáculos
envolvendo humanidades, esmagando-as
castigo por falta de amor?
Agora restava apenas a dor...

Mas a estrela que se acendeu
Aqueceu  meu corpo de esperança
Parti errante pelos escombros
à  procura da “Eva”... recomeço?

24
Mai/07

Amor Naufragado

Noite escura, sem estrelas, tenebrosa
Própria de encantamentos fantasmagóricos
Que nos gelam o sangue, mesmo nos capilares
Silenciosa, circundada por cegos morcegos

Leve brisa, baloiçava a única luz existente
Fazendo dançar sombras irrequietas, difusas
Lembrando nas formas, de acordo com a imaginação
Algo não existente, capaz de nos assustar

Apenas um cão, testemunha muda, preenchia o espaço
Faminto, solitário, dono de ninguém... débil
Abandonado, por quem a vontade de viver, perdeu

Naufragado Titanic que contigo me levou, e o amor
Amor que ficou para estas palavras escrever...
Amor que se finou no fundo de um fundo mar azul...

24
Mai/07

Quero não mais acordar

No esquecimento de nós te encontrei
Mar sem água ao vento de espuma
Em levante, no rebentar das ondas
Amantes, foi há muito, recordo

Semeei em ti o amor que conservo
Prendi-me, solto, nas amarras do teu coração
Turbilhão, sem pontos cardeais, perdido
Teus lábios afago em adoração constante

Em silêncio, ingênuamente, à beira mar
Maré vazia, areal distante, te cantei o amor
Nua, no meio do nada, ergueste teus seios

Sobre terra húmida caminhaste a sorrir
Sombra irreal de contornos indefinidos
Quero continuar a sonhar, quero não mais acordar...

10
Mai/07

Exposição em Ourém

Entre 2 e 30 de Junho de 2007 estará patente a minha exposição "As Formas que as cores proporcionam" na GALERIA MUNICIPAL DE OURÉM, sedeada no CENTRO HISTÒRICO - Praça do Pelourinho na Freguesia de Nossa Senhora da Misericórdia. Apresentarei trabalhos em acrílico, tinta da china e colagens. Agradeço antecipadamente a V. visita.

04
Abr/07

A Arte e os Artistas na Globalização

A visão artística do mundo, leva com que o desânimo cada vez mais, se apodere de quem nasceu para dar uma panorâmica diferente àqueles cuja sensibilidade não se desenvolveu. A tecnocracia, associada a uma cega maneira de tentar vencer na vida, sem que as sensibilidades aflorem, tomou conta indiscriminadamente daqueles para quem a vida perdeu todo o sentido do belo, do artístico, ignorando as cores que a decomposição da luz ao atravessar um prisma, nos dá.
A globalização, fenómeno dos finais do século passado, tornou-se uma arma poderosa dos mais ricos, impondo a tudo e todos aquilo que os seus interesses definiram. A cultura, embora atrofiada nos orçamentos de estado, que mais se preocupam com o cimento, o protagonismo e o seu próprio bem estar, cada vez mais sobrevive pela carolice daqueles que nasceram para tornar este mundo melhor. É a entrega, daqueles que ainda acreditam, que a arte e feita por alguns, para todos. É uma arma poderosa que se transmite através da escrita, da palavra ou das imagens, que embora fruto de algum alheamento, ainda se afirmam, se não hoje, certamente amanhã... É algo que fica, que certamente percorrerá os séculos vindouros, que deliciará os futuros habitantes deste planeta, tal  como as obras do passado, nos deliciam hoje, em museus, ruas, praças e etc.
O criador de arte tem ainda a “obrigação” de deixar para a posteridade, aquilo que foi os tempos em que viveu, dando percursos de uma civilização constantemente em mutação. Quaisquer que sejam os orientações dadas pelos senhores da globalização, a perseverança daqueles que vêm o mundo duma forma diferente, os artistas, terão sempre uma palavra fundamental entre aqueles que ainda acreditam na humanização da humanidade. Terão sempre um papel relevante contra a mecanização da mente humana, cada vez mais próxima dum robot. Seria esse o ideal dos senhores que mandam no mundo... Um mundo feito de seres identificados por um código de barras, que se movem segundo um plano global, quais exércitos à mercê de quem comanda, esmagados pelos interesses dos cada vez mais poderosos.
Mas não permitiremos, os artistas não permitirão. Não calaremos a nossa voz, não deixaremos de escrever. Havemos de pintar, desenhar, representar sempre, o que está bem, o que está mal, o que tem de ser mudado. Lutaremos com  as nossas pacíficas armas contra o cinzento, dando outra cor aos olhos daqueles que ainda acreditam em nós. É uma missão que nos fará respirar sempre o ar despoluído, que graças á luta de muitos, ainda paira sobre a Terra. Que seja um artista, o último a calar a sua voz no dia em que chegar o holocausto...

 

04
Abr/07

Conceitos de quem pinta...

A Arte Abstracta tende a alterar toda a relação existente com  a realidade que conhecemos. Caso contrário, estaríamos na presença da Arte Figurativa. Mas quem pinta, para além do conhecimento das realidades, existe também o conhecimento de outras formas, e essas são expressas pelas cores conhecidas amalgamadas entre si à procura, não de querer representar algo existente, mas de representar o tal abstraccionismo.
No nosso quotidiano é frequente deparar-mo-nos com imagens abstractas, basta olharmos para o céu; os sonhos, que nos inundam de imagens sempre novas, diferentes e que de certa forma passam a fazer parte do nosso consciente; os filmes, onde o imaginário roça quase sempre o abstracto.
Na pintura, sempre que estamos na presença de arte abstracta, logo nos interrogamos: “ Que vem a ser isto? Não se parece com nada…”. Na realidade, quando pinto aquilo que não existe, tento unificar nas minhas telas o senso, a sensibilidade, o espírito, a matéria e a loucura das imagens que vou construindo, sem nunca esquecer o momento de “parar”… esse é o momento mais difícil, senão nunca mais deixaria de “despejar” tintas sobre um trabalho. A partir desse momento, para mim essa imagem deixou de ser abstracta, pois acabei de a construir.  Coloco o quadro à minha frente e a cada dia que passa mais me integro nele. É como se fizesse parte do meu dia a dia. É mais um acrescento à minha existência… quando me separo dele sinto a satisfação de saber que mais alguém partilhará as mesmas emoções que eu tive. Um quadro abstracto dá-nos a satisfação diária de, através da nossa observação, descobrirmos permanentemente novos pormenores, novas emoções.
Todos os trabalhos expostos pretendem caber nas minhas palavras, palavras que espero sejam partilhadas pela vossas emoções resultantes  da observação desta exposição

01
Abr/07

Exposições realizadas

2002 – Fábrica das Artes – individual - Torres vedras
            Pavia – individual – Arraiolos
            Fábrica das Artes – individual – Torres Vedras
            Fábrica das Artes – colectiva – Torres Vedras

2003 – Vila Real de Sto. António – individual
            Fábrica das Artes – individual – Torres Vedras
            Bienal de Fátima
            Criação do site na internet – exposição mundial

2004 – Exposição no Restaurante Beoba
            Russelheim – Galerie XX – Alemanha
           
2005 – Valência do Minho – sala “Domus Municipalis”
            Restaurante Quinta da Barca
            Casa do Tempo – Castanheira de Pera
            Biblioteca Municipal – Felgueiras
            Esc. Sup. De Gestão de Felgueiras
            Museu do Ferro – Torre de Moncorvo

2006 -  Albergaria-À-Velha
            Hotel Costa da Caparica
            Oliveira do Hospital
            Aljezur
            S. Braz de Alportel
            Guimarães Turismo 
            Angra do Heroísmo

24
Mar/07

Estrela

Numa estrela cruzaste os céus
Quanto amor em ti transportavas
Cadente, desejo, me dirigias
Pérolas dum rosário incandescente
Fundias metais por contacto

Era belo teu manto cintilante
Calor de união, que atracção
Suportei tua distância sem alcance
Sofri por saber-te sem retorno
Órbita dum amor que gravita

Partiste...
Alguém te quis ao Seu lado
Impotente anuiste à viagem
Para onde? Não sabes, mas longe

De cartaz em punho a viver passei
Onde dizia “quero-me junto de ti”
Esperei anos por um cometa
Que o peso do meu amor aguentasse

Num salto no espaço me senti
Atraído por forças de ti
Abri os olhos
Eras tu...
Linda, envolta num manto de amor
Quando te toquei e abracei
Senti teu calor me inundar
Passamos ao estado gazozo
Unidos como foi nosso desejo

24
Mar/07

Não olhes a quem

Essência, luz e oxigênio
Matéria, terminado incompleto
Humano, imperfeito
Carne, degenera se morre

Somos aquilo que Quiseram
Seremos aquilo que Quiserem
Vontade de liberdade
Grito na escuridão

Acordem-se morcegos
Façam algo por vós
Mudem o qu’esta errado
Forcem o curso do mal

Acomodados, inertes
Comem a sopa que há
Mexem na palha azeda
Ocos, escuros, sem ida

Despertem do sono forçado
Cravem as unhas nas nuvens
Rasguem novelos de ódio
Façam do amor um dom

Com amor supero barreiras
Venço oceanos profundos
Caio num berço de ouro
Tenho a espuma do bem

Nunca escolhas a quem fazer bem
Todos precisamos de amor
Oferece rosas e cor
Sem que olhes a quem

24
Mar/07

Recordo

Recordo-te pequenino, inocente, doce
Ensaiavas os primeiros passos, titubeante
Desenhavas em babetes borrões de nódoas
Derrubavas o que as tuas mãos alcançavam

Recordo-me dos teus choros, de fome? De dor?
Teus movimentos inquietos, bailados lindos
Tudo se te acabava na boca, como que a provar
Gatinhar que te encurtava as distâncias...

Recordo-me da tua primeira indisposição, doença
O pânico que semeaste nos nossos corações
Indiferente na tua inocência, que tenra idade
Comum a todos, mesmo assim preocupante

Recordo-me de te deitar sobre o meu peito
Minúsculo, cheio de vida, à espera de carinho
Adormecendo no universo das minhas canções
Com as mãozinhas tentando, algo seguro, agarrar

Recordo-me dos teus banhos, tudo à volta molhavas
Salpicos que escorriam na tua inocente felicidade
Que preenchiam em mim, teu pai, amor reconhecido
Nada de ti me alterava o humor... que amor...

Recordo-me das tuas gargalhadas, hilariantes
Das cócegas que nos pés e costas te arrepiavam
Daquilo que me querias dizer, mas que ainda
Não tinhas idade para pronunciar...

Recordo-me que quantos “galos”a tua perseverança
Fez criar na tua cabeça, sempre roxa, a “cantar”...
Mas depressa a andar aprendeste, fruto dos “galos”
Que ràpidamente como um radar funcionaram...

Recordo-me das tuas primeiras palavras, mamã, papá
Foste igual a tantos outros, surpreendente...
Articulando palavras com a expressão do teu olhar
De bracinhos no ar, suprindo expressões verbais

Recordo-me dos teus primeiros projectos, desenhos
Guardo centenas que um dia te mostrarei, orgulhoso
Sairam das tuas mãos, comandadas pela tua vontade
Expressão dum cérebro em criação, voluntarioso...

Recordo-me das tuas primeiras vontades, exigências
Infantilidades para adultos, importantes para ti
Com respeito, foste crescendo, por dentro e fóra
Numa vida que te quisemos feliz, repleta...

Recordo-me cada dia das tuas décadas de vida
De cada dia contaria enciclopédias, chegaria?
Orgulhoso pelos valores a ti transmitidos
Num longo estágio onde te preparamos para a vida

Recordo-me de ontem, hoje e amanhã? Não sei...
Não sei amanhã o que haverá para recordar de hoje
Hoje que ainda não aconteceu, que o destino já sabe
Hoje que vai acontecendo, aquilo que o destino traçou...

24
Mar/07

Entrevista ao Jornal "Postal do Algarve" publicada a 24 de Agosto de 2006

Como é que a pintura surgiu na sua vida?

R - A pintura sempre foi algo que me fascinou desde criança, herança possivelmente dum pai a quem todas artes fascinavam. Em casa havia muitos quadros, livros de pintura dos grandes mestres portugueses e estrangeiros do século 19 e 20, assim como de escultura e poesia. No princípio dos anos 60 entrei num concurso internacional lançado pelo famoso desenhador de automóveis Pinin Farina, com um modelo original, tendo ganho uma Menção Honrosa – tinha e tenho uma enorme paixão por automóveis. Participei com uma escultura nos finais dos anos 90 num concurso da Swatch, onde obtive o primeiro prémio, o que deu o direito a comprar um dos 6 relógios Swatch desenhados pelo escultor Pomodoro, numerados e assinados, que vieram para Portugal duma edição mundial de 700 exemplares. Embora tivesse pintado alguns quadros na adolescência, só depois de 2002 é que comecei a dedicar mais tempo aos meus trabalhos, após uma vida profissional dedicada à aviação comercial como técnico e instructor, que não me deixava quase nenhum tempo livre, para além de longas estadias no estrangeiro em serviço. Sem esquecer a família, obviamente sempre em primeiro lugar. Nessa altura resolvi, sem medos, dar a conhecer ao mundo as minhas pinturas, sujeitando-me ao julgamento de todos os apreciadores de arte.

Teve alguma formação na área?

R – Exceptuando os meus tempos de Liceu, onde tinha duas horas de desenho por semana, não tive qualquer espécie de formação. Claro que não posso esquecer os milhares de livros e revistas de arte que possuo e que estou permanentemente a ler e a ver, não com o intuito de me inspirar, mas para conhecer o que se fez ou se vai fazendo pela pintura. Normalmente recorro a técnicas mistas onde na mesma tela pinto com acrílico, óleo, tinta da china e etc., além de usar areia, pedrinhas ou que me vier à mente. A formação é importante mas conheço casos em que espartilhou e condicionou muitos artistas, seguindo um rumo sobre carris, com medo de dar asas à imaginação criativa.

Quais os temos que gosta de transpor para as telas?

R – Temas? Não, jamais conseguiria organizar a minha mente nesse sentido. Olhe para qualquer dos meus trabalhos. Se não estivessem assinados poderia pensar tratar-se de uma exposição colectiva. Não tenho nenhuma imagem ou tipo de trabalho padrão, como acontece com grandes nomes da pintura, que basta olharmos para um quadro e identificamos logo o seu autor. O que me fascina é criar, criar imagens que podem existir na mente de muita gente, mas que não são reais na natureza. Para registar imagens reais, figurativas, uso a fotografia. Os meus temas, para concluir, passam quase sempre pelo abstracto. É na pintura abstracta que descobrimos novos mundos, ou “UM OUTRO MUNDO”

As pessoas captam facilmente a mensagem dos seus quadros ou fazem interpretações diferentes?

R – A experiência que tenho – aqui poder-se-ia começar uma discussão salutar com os críticos de arte – diz-me que as pessoas reagem naturalmente no sentido de gostarem ou não dos meus quadros. As pessoas já se habituaram a olhar para a arte abstracta sem a preocupação de querer ver alguma coisa. Sinto em muitos visitantes das minhas exposições que há sempre empatias que se criam com muitos trabalhos, que levam muitas vezes à sua compra. Claro que cada pessoa olha para um quadro de uma maneira diferente, digamos, “olha à sua maneira”…

Para si é difícil despreender-se das suas obras?

R – Em cada trabalho que faço fica sempre um bocadinho de mim. Não custa muito desprender-me dum quadro porque penso assim: se foi comprado é porque gostaram e decerto o vão pendurar em casa, num local onde diariamente o verão, e, se me conhecerem, melhor, pois associarão de imediato os dois. E é bom quando somos lembrados por alguma coisa que aqui deixamos, não importa se material, se espiritual, importa sim que seja nosso.

Qual a exposição que realizou e que mais o marcou?

R – Penso que foi a primeira, em Torres Vedras, na Fábrica das Artes, graças a um amigo que teve a “coragem” de me deixar expor num espaço excelente. Não é fácil em Portugal arranjar-se um espaço para expor. Os nomes sonantes das artes têm todas as portas, janelas, clarabóias, etc. abertas, assim como toda a imprensa escrita, falada e Televisões. Os restantes têm que lutar muito… lembrei-me agora dos grandes pintores holandeses e flamengos que nunca venderam um quadro, que quase morreram à fome, e que hoje, nos famosos leilões da Christies os seus quadros são vendidos por centenas de milhões de euros. Costuma-se dizer que “a história repete-se”!...

Porque intitulou "Um outro mundo" à sua presente exposição?

R – “UM OUTRO MUNDO” … Há muitos Mundos que não conhecemos. O meu também não. Todos temos o nosso Mundo, ou pelo menos a nossa visão do Mundo. Quem visitar a minha exposição passará a conhecer, sem pretenciosismos, UM OUTRO MUNDO. As cores e as formas fazem parte do nosso mundo… fazem parte dos meus quadros.

Os olhos de um pintor vêem as coisas de igual forma que os olhos das outras pessoas?

R – Não, principalmente na pintura abstracta, onde mil olhares têm mil interpretações diferentes. Isso, afinal, acontece em muitas outras coisas da nossa vida. Nas cores, nas formas, nos cheiros, nos sentimentos somos todos diferentes. O que é positivo, já viu o que seria se toda a gente gostasse do amarelo? Além do que, para se pintar tem que se usar sempre uma boa dose de loucura (palavras minhas)

Das várias áreas culturais a que se dedica existe alguma que seja a sua preferida?

R – Não tenho nenhuma preferencial. Ou melhor, prefiro sempre aquela em que estou a trabalhar no momento, talvez por essa ocasião ser aquela que me está a ocupar a mente. Lamento apenas não escrever mais poesia, mas voltando ao que disse antes, “a história repete-se” ou seja, só se editam nomes conhecidos e as tais portas, janelas… não se abrem para todos. Escrever para colocar numa gaveta ou deitar fora! Já pensou se tivesse uma fábrica de sapatos e ninguém os comprasse? Acabaria decerto de deixar de produzir. Assim acontece com a poesia.

Acha que actualmente os Portugueses estão mais receptivos às coisas da cultura?

R – O principal problema dos portugueses actualmente passa pela crise e pelo desemprego. A arte alimenta o espírito e não o corpo. Quando o dinheiro não chega para tudo, o supérfluo é o primeiro a ser cortado, e penso que a arte está nesse patamar. No entanto apreciam e gostam de ir às exposições. E muitos confessam, “adoraria comprar este quadro, mas está fora do meu orçamento”. Eu também tenho as minhas prioridades assim como tenho muitas coisas que “estão fora do meu orçamento” por isso compreendo as pessoas. O acesso à cultura é muito condicionado pelo nível de vida dos Portugueses.

Quanto a si o que mais poderia ser feito em prol dessa área?

R – Aqui vou-lhe falar um pouco de mim, daquilo que tenho feito em prol da cultura. Para realizar esta minha exposição em S. Brás de Alportel percorri 2600 quilómetros de carro à minha custa, paguei 2 noites de hotel e montei, juntamente com a minha mulher durante 4 horas aquilo que está à vista. Não vou aqui fazer contas do dinheiro que gastei, mas posso dizer-lhe muitas vezes o que se vende não paga sequer as despesas –isso sem contar com as telas, tintas, vernizes, materiais diversos e etc. E mais, todos os preçários, os pequenos folhetos a cores das exposições são feitos por mim. Os milhões que o Estado gasta com a cultura por ano vão para meia dúzia de pessoas ou eventos. Não vou acrescentar mais nada porque quem está dentro do assunto percebeu onde quero chegar. Eu não quero apoios nem dinheiro do Estado, gostaria apenas que houvesse mais divulgação cultural no campo da pintura e escultura criando espaços com “janelas abertas” para quem as tem fechadas.

Quais os artistas que mais admira e o influenciaram?

R – Admiro muito Dali, Picasso, Klimt, Cargaleiro, Vieira da Silva e poderia continuar num rol sem fim, mas como referência aprecio acima de todos o pintor alemão Gerhard Richter, felizmente ainda entre nós. Gostaria de ser mais influenciado pela sua obra, mas as dimensões gigantescas que habitualmente têm os seus quadros, tornam isso difícil.

Que definição daria à palavra "Arte"?

R – Definir arte? É uma forma de exprimir as minhas emoções, belezas, equilíbrios e revoltas.

Quais as suas maiores ambições como artista?

R – Isso é uma pergunta que não se faz. Mas, vou abrir uma excepção. Todos temos as nossas ambições dentro daquilo que sabemos fazer, e raramente as divulgamos, ou por uma questão de modéstia ou de educação. Mas não vai ficar sem resposta. A minha maior ambição como artista era que todos os trabalhos e todos os artistas fossem respeitados na medida em que tornam o mundo mais colorido e pacífico.

18
Mar/07

Flor

Flor de cristal, delicada
Assim te sentia, bela e doce
Em mim e sempre, bem vincada
Flor de veludo, macia
De toque que me arrepiava
À sombra de uma acácia
Flor de perfume, sublime
Que me embalas no regaço
Numa cadeira de vime
Flor de amor, paixão
A dois somos felizes
Coração explosivo, vulcão
Flor de água, transparente
Lusco-fusco do entardecer
Luz que me enche a mente
Flor de luar, reflexos
Mel que de ti doce pinga
União dos nossos sexos
Flor de amar, encantamento
Caminhos convergentes, suados
Numa noite de relento
Flor de fazer amor, toque
Num auge que se deseja
Em que a ambos provoque
Flor de um acabar, triste
Que se empurra, renega
E em caso algum desiste
Flor da vida, enfeitada
Respiras oxigênios de amor
Para sempre minha amada

18
Mar/07

11 DE SETEMBRO

“Ground zero”
sinónimo d’um acto de terrorismo
que prematuramente calou
inocentes anónimos
que morreram
sem saber por quê nem para quê
num mundo onde a paz não é desejada
fazendo guerras
matando mais inocentes anónimos
choram-se corpos desaparecidos
recordações arrancadas
num mundo cruel
guiado por interesses
quem somos nós, mortais
que vemos anunciar guerras
com sorrisos nos lábios
em “bunkers” defendidos
em nome duma democracia
que só serve a quem manda
que só existe para o poder, e
que criam guerras absurdas
com um sorriso nos lábios

18
Mar/07

Amanhecer

Acordei rodeado de nuvens, porquê?
Estranho, tão alto, distante
Olhei à volta, procurando não sei quê
Senti que ali não era meu quadrante

Tua falta de imediato me assaltou
Um aperto tomou conta de mim
Próprio de quem já amou
Junto ao meu vaso de jasmim

Como poderias estar tão longe
Fugida duma paixão
Sem saber que dia é hoje
Tentei alcançar-te com a mão

Compreendi que optaste partir
Entregando-me à solidão
E eu como não sei mentir
Sei que vou ficar na escuridão

E os dias vão passar
Lentos, penosos, sem ti
Mas a minha razão de te amar
Me dará o mundo em que vivi

Mas, se valer a pena voltares
Podes arrepender-te... sabes?
Espero que seja p’rá me amares
Onde tu, no meu coração, cabes

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